22 de abril de 2009

Ponto final




Ontem chegamos ao final da leitura de "Avalovara". Foram nove meses de reuniões semanais para compreender um romance essencial que, infelizmente, não tem merecido tanta atenção nem da crítica nem do público leitor. Os encontros estiveram munidos de referências: Erich Auerbach, Walter Benjamin, o Osman Lins dos ensaios ("Guerra sem testemunhas", por exemplo), Hugo Almeida, Ermelinda Ferreira, Hermilo Borba Filho.

Foi uma excelente notícia saber que o relógio de Julius Heckethorn não "se alinha" no final. O autor quebra a expectativa de que em algum momento (tudo aponta à concretização da conjunção perfeita) a Sonata de Scarlatti toque completa, do começo ao fim. Não é o que acontece e, por pequeno que pareça, o detalhe torna-se importante se pensamos que aproxima (como o livro, na totalidade de sua fatura) a arte da vida.

Texto e fotos: FRB.

Um comentário:

  1. a espiral que sempre se aproxima de seu centro, sem nunca o atingir.

    (desas moças aí, conheço uma hehe. a que me deu essa maravilha de livro)

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